128ª SESSÃO ORDINÁRIA DA 4ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA IX LEGISLATURA.

 


Em 4 de dezembro de 1986.

Presidida pelos Srs. Gladis Mantelli - 1ª Vice-Presidente, e Lauro Hagemann, nos termos do art. 11, § 3º, do Regimento Interno.

Secretariada pelo Sr. Clóvis Brum - Secretário “ad hoc”.

Às 14h, o Sr. Lauro Hagemann assume a Presidência e solicita ao Sr. Secretário “ad hoc” que proceda à chamada nominal dos Srs. Vereadores para verificação de “quorum”.

Não havendo “quorum” para o início dos trabalhos, foi realizada nova chamada às 14h15min.

 

 


O SR. PRESIDENTE: Havendo número legal, declaro abertos os trabalhos da presente Sessão.

As Atas da 127ª Sessão Ordinária, da 57ª Sessão Solene e o ementário do Expediente estão distribuídos em avulsos.

Em votação as Atas ora apregoadas. (Pausa.) Não há “quorum” para a votação das Atas.

O Sr. Secretário “ad hoc” dará conhecimento ao Plenário das proposições encaminhadas à Mesa, hoje, pelos Srs. Vereadores.

 

O SR. SECRETÁRIO “ad hoc”: À Mesa foram encaminhadas proposições pelos Srs. Vereadores (passando a ler) Antonio Hohlfeldt (1), Frederico Barbosa (2) e Mano José (1).

É só, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE: Passamos ao período de

 

Comunicações

 

Está com a palavra o Ver. Clóvis Brum.

 

O SR. CLÓVIS BRUM: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, evidentemente que nós queremos ser diferentes dos Vereadores, dos deputados estaduais, federais e dos senadores do antigo PDS, da antiga ARENA; nós não queremos dizer “amém” a tudo.

Inicialmente, queremos registrar, de maneira veemente, a falta de atenção da Previdência Social para com o problema da assistência hospitalar. Vivem, efetivamente, os segurados da Previdência uma crise muito grande com referência a vagas em hospitais. Acho que alguns tecnocratas dependurados em empregos públicos da Nova República ainda não entenderam a filosofia da Nova República. Acho bom que alguns tecnocratas que tratam do problema da saúde pública no Ministério da Previdência - é um aviso que nós damos - ou enfrentam a realidade e a filosofia do Governo da Nova República, ou deixem esses cargos. Antes de se pensar em vender hospitais da Previdência, pensem em fazer funcionar os hospitais da Previdência. Não anda bem a rede hospitalar do Ministério da Previdência aqui na Capital; anda mal. Está faltando leito e um atendimento mais eficiente. Falta gente? Contratem mais profissionais. O número de leitos não aumentou? Aumente-se. É muito fácil pegar uma obra pública, um hospital pronto, funcionando e, por total incompetência, querer vender o hospital da Previdência, como é o caso do Hospital Fêmina. Faço esse registro, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, porque tão logo desça da tribuna enviarei um telex ao Sr. Ministro da Previdência, protestando pela falta de leitos na rede hospitalar do Governo. O Governo tem que exigir, sim, mas também tem que cumprir com a sua parcela de responsabilidade. Eu acho muita irresponsabilidade o Governo cobrar da iniciativa privada e não cumprir com a sua finalidade. Não posso conceber que se ande discutindo venda de hospitais, sabendo-se que os corredores desses mesmos hospitais estão cheios de pessoas esperando leitos para se submeterem a cirurgias e outros tratamentos.

 

O Sr. Aranha Filho: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) V. Ex.ª toca num assunto muito sério, inclusive grave mesmo, na medida em que os próprios responsáveis pela saúde no Estado estão querendo repassar o hospital para a iniciativa privada. Lembra bem V. Ex.ª na medida em que diz que, antes de vender, façam funcionar. Eu convido V. Ex.ª para chegar até o Hospital Fêmina e ver que menos da metade dele está ocupada por leitos. O resto é resto, são salas incríveis, sem a mínima ocupação, nem de mesas. São salas fechadas, simplesmente. Isto no Hospital Fêmina.

 

O SR. CLÓVIS BRUM: Sou grato a V. Ex.ª e me socorre o Ver. Aranha Filho fazendo um registro importante de que a metade das salas do hospital são leitos e a outra metade são salas, gabinetes, ou estão vazias.

 

O Sr. Hermes Dutra: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Admiro a preocupação, que não é só válida, mas extremamente importante, porque, efetivamente, há pessoas que ainda não entenderam a verdadeira abrangência da questão da saúde pública no Brasil. Entretanto, nobre Vereador, não posso deixar de fazer um pequeno entre vírgulas no pronunciamento de V. Ex.ª quanto aos tecnocratas que têm que entrar na política da Nova República. Eu quero lembrar que as pessoas que foram indicadas para estes postos foram indicadas pelo seu partido, o PMDB, como é o caso do Rio Grande do Sul, ou indicadas pelo copartícipe do Governo, o PFL. Ou o PMDB não está cumprindo com o que prevê o seu programa e que é ótimo a este respeito, ou os peemedebistas, quando vão ocupar esses cargos, se esquecem dos comícios de campanha. Coisa aliás que, se fosse V. Ex.ª, não esqueceria, porque o conheço. Sou grato.

 

O SR. CLÓVIS BRUM: Nobre Vereador, com toda a sinceridade, eu não discordaria de V. Ex.ª para puxar qualquer casquinha política. Até acho que V. Ex.ª tem razão. Está funcionando mal uma coisa nesta Cidade, que é a rede hospitalar. Se é PMDB, se é PFL, remanescentes do PDS da Velha República, não importa. Veio uma Nova República para tratar, num dos itens, da saúde pública, e a coisa não está bem, está mal, e nós temos que registrar sob pena de sermos responsáveis. Anda mal a Previdência Social, quanto à saúde e quanto à assistência hospitalar. Alguma coisa tem que ser feita. Me parece que esta solução simplória de querer vender um hospital, vender um outro órgão público, não é a melhor saída. Isto demonstra que alguns setores da Nova República ainda estão despreparados, ainda são incompetentes para resolver o problema. Precisa renovar, sim: afinal de contas, não vamos continuar fazendo experiência com a saúde pública, humana. É necessário que a Nova República ataque em cheio este problema, que é muito sério. Quero dizer à Casa que vou enviar, também, ao Ministro da Previdência cópia do meu pronunciamento para que S.Ex.ª entenda que a nossa crítica é de coração aberto, que a nossa crítica é no sentido de chamar a atenção do Governo para as centenas de pessoas que estão umas por cima das outras, notadamente no Hospital Conceição, à espera de leitos há mais de quinze dias. É inconcebível este quadro. Não se concebe que se armem barracas. Que se instalem, então, hospitais provisórios, e não se deixe as pessoas agonizando sem o recurso hospitalar que é, no mínimo, obrigação da Nova República.

Eu tenho certeza absoluta de que, antes do Secretário Geral do Ministério da Previdência vir a Porto Alegre tratar um dos itens que tratou com quase exclusividade, que é a venda do Hospital Fêmina, ele deveria ter informado à opinião pública qual o número de leitos que serão aumentados neste final do ano e no ano que vem. Esta informação eu não ouvi e nem li, mas sei que o Secretário da Previdência deu uma série de entrevistas aqui em Porto Alegre. Por isso eu acho que a Câmara de Porto Alegre tem uma obrigação. Nós, como Vereadores, temos uma obrigação de registrar este fato e pedir, sim, a Previdência Social que trate de dotar os seus hospitais, os hospitais do Governo Federal, os hospitais do Governo da Nova República de infra-estrutura capaz de fazer frente à necessidade de leitos. Não pode a Previdência exigir dos hospitais da rede particular providências outras quando não age, quando não providencia estes recursos dentro dos seus hospitais. Anda mal, muito mal a Previdência Social da minha Nova República, sim, com referência a leitos hospitalares aqui em Porto Alegre e no Rio Grande do Sul. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Gladis Mantelli): O próximo orador inscrito é o Ver. Cleom Guatimozim, que cede seu tempo ao Ver. Wilson Santos.

 

O SR. WILSON SANTOS: Sra. Presidente e Srs. Vereadores, eu vou afinar o meu diapasão pelo do Ver. Clóvis Brum, porque também retorno à tribuna, que é o veículo que o Vereador tem para protestar e para criticar construtivamente. Eu volto ao assunto que envolve a Superintendência Nacional do Abastecimento - SUNAB -, pois me parece que este setor governamental também anda mal. E o pior é que o fato que envolve é seriíssimo, porque, se fosse uma denúncia, nós poderíamos fazer assim: a SUNAB desrespeita a lei, e estaríamos fundamentando esta denúncia, porque não será com telex e com portarias, que acirram ânimos, que insuflam desordem, que se vai resolver o problema do abastecimento. Existe uma lei, a Lei da Economia, n.º 1521. Esta Lei, no seu enunciado, ordena que o estabelecimento comercial não pode se negar a vender, seja a quantia que for de produto, ao consumidor que tenha condições de pronto pagamento. A confusão que a SUNAB está gerando é justamente aí. É evidente que nós sabemos que faltam gêneros, estão faltando ou estão sendo escondidos para esperar melhor preço, mas a verdade é que há supermercados que têm, por exemplo, açúcar em abundância, sal, leite, ou cerveja. A Lei diz - e eu retorno à Lei e que me socorram os juristas desta Casa - que o consumidor que chegar a um supermercado e quiser levar 8 garrafas de cerveja, e havendo as mesmas, pode levá-las.

Quanto ao Delegado Juarez Almeida, deveria estar preparado para o desempenho da função. Se ele desconhece a lei, não está preparado para a função; mas se ele conhece e descumpre a lei, ele gera confusão, tumulto.

 

O Sr. Nei Lima: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Assisti a um programa, ao meio-dia, em que o Delegado Juarez Almeida foi entrevistado e lhe foi perguntado qual era o critério adotado, qual a lei que determina o número dos alimentos que o consumidor pode levar. Ele respondeu que não existe. O que estão fazendo a nível de consumidor está errado. Ontem à noite, ao sair daqui, fui fazer um rancho, onde a metade dos produtos que escolhi foram deixados no caixa do supermercado.

 

O SR. WILSON SANTOS: O supermercado é criminoso. E quem faz isso? É a própria SUNAB, porque a Lei n.º 1521, Lei Federal, datada de 26/12/1951, que é a denominada “Lei de Economia Popular”, diz que V. Ex.ª pode levar, já que tem condições de pronto pagamento. É o texto da Lei: o consumidor que tem condições de pronto pagamento pode levar a quantia que desejar de gêneros que tenha na prateleira. Hoje houve um problema de agressão física num supermercado da Zona Norte porque o consumidor pegou três latas de leite em pó, sendo que, no caixa, havia o aviso de que só poderia ser levada a quantidade de duas. Colocou o dinheiro no balcão e entrou em luta corporal com os seguranças do supermercado. O supermercado é criminoso, e quem induz o supermercado a cometer esse crime capitulado na Lei é a própria SUNAB. Veja a responsabilidade do Vereador com assento nesta Casa. Tem de denunciar, pois o veículo que ele tem é esta tribuna. Vivemos sério problema, pois, da ordem pública, em que vivemos, para o tumulto, a diferença é apenas um fio de cabelo, pelas desilusões da sociedade, pelo problema do abastecimento, pelas agruras que a sociedade vive. Ora, se não cumprirmos o elementar, que é a lei, e respeitarmos as autoridades constituídas, estaremos ateando lenha na fogueira e gerando a desordem. Com todo o respeito que tenho à SUNAB, parece-me que, ou por estar despreparado o Delegado Juarez Almeida, ou por conhecer a Lei e fazer questão de a desrespeitar, é gerador de caos.

 

O Sr. Hermes Dutra: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Este problema do desabastecimento do País é um problema seriíssimo, e eu concordo com V. Ex.ª quanto ao direito que cada um tem de comprar. Mas eu queria até defender alguns pequenos comerciantes, notadamente lancherias e minimercados, que estão tentando fazer aquilo que o incompetente Governo não faz, que é bem distribuir o pouco que existe. Na lancheria perto da minha casa venderam-me apenas dois litros de leite, quando eu fui comprar três litros, no sábado. Eu reclamei e o comerciante me disse: “Sr. Vereador, se eu vender 3 litros de leite para cada um que vier aqui, eu não conseguirei que mais do que 70 pessoas comprem os meus 200 litros de leite. Se eu vender dois, 100 pessoas terão acesso.” Veja que tudo isso é fruto do Governo Federal. Eu só queria não massacrar o coitado do comerciante que tenta fazer isso - algumas vezes orientado pela SUNAB, diga-se de passagem - na tentativa de bem distribuir o pouco.

 

O SR. WILSON SANTOS: Eu concordo com V. Ex.ª que isso é óbvio. Mas ocorre que o consumidor que quiser comprar, especialmente no supermercado, ele tem o direito. O que não pode é ele sofrer uma agressão ao querer sair com três latas de leite em pó ou dois litros de leite ou dois saquinhos de sal; só pode sair com um. Onde estamos? A lei ampara o consumidor. Ou então nós vamos pegar a pirâmide de ordem do Brasil e apoiar pelo vértice. O direito é se apoiar pela base, e a base são as leis e o respeito às leis.

 

O Sr. Aranha Filho: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu acho que essa coisa toda se formou na medida em que os fiscais do Sarney e etc., junto com a Nova República, resolveram dar um basta a essas agressões todas que se fazia a nível de consumidor. Recaiu, é lógico, na SUNAB, que é o órgão competente para fazer a fiscalização, inclusive gerir toda essa história de leis, etc., referente à compra e venda de mercadorias. Ocorre que o Dr. Juarez Almeida tem um grande problema na sua pasta, que todos nós sabemos: ele tem apenas 20 funcionários à sua disposição para cuidar de todo o Rio Grande do Sul. Outro dia eu estava na Secretaria de Administração e o encontrei pedindo emprestado ao Governo do Estado estagiários a nível de 2º grau para que pudessem, pelo menos, atender a telefonemas. Veja a situação em que se encontra a SUNAB do Rio Grande do Sul. Agora, realmente, é um problema muito sério, que nós, a nível de Câmara de Vereadores, alertados para esse estado de coisas, que é bem presente, e nos sentimos impotentes vendo a outra parte, no caso, a SUNAB, com as mãos amarradas, sem condições de trabalho. É um problema muito sério. Muito obrigado.

 

O SR. WILSON SANTOS: Acolho seu aparte, Vereador. Realmente, o problema é sério, mas não podemos deixar que a SUNAB mande aos supermercados telex, dizendo que hoje só pode vender um litro de leite; amanhã, manda um outro telex ou uma portaria dizendo que hoje pode vender dois quilos de açúcar, quando o consumidor está apoiado por lei. A SUNAB faz, do estabelecimento comercial, um criminoso. Este aspecto é que levanto. Faço um apelo em nome e em respeito à Lei: que a SUNAB recolha os telex e as portarias que remeteu aos estabelecimentos comerciais, porque eles são, simplesmente, ilegais, e vamos tentar solucionar o problema do abastecimento pelas vias legais e não pela vias ilegais. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. Flávio Coulon, pelo tempo que lhe cede o Ver. Caio Lustosa.

 

O SR. FLÁVIO COULON: Sra. Presidente e Srs. Vereadores, estou tomando conhecimento, através dos jornais, de uma coisa que já era esperado, iria acontecer. Diz aqui, na página primeira, do “Diário do Sul”, que, na próxima quarta-feira, o Prefeito Alceu Collares receberá da Secretaria do Planejamento Municipal os dois anteprojetos de Lei Complementar e o anteprojeto de Decreto que alterarão o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano de Porto Alegre (PDDU), ontem aprovados pelo Conselho do Plano. Para votá-los, a Câmara de Vereadores será convocada, extraordinariamente, durante as próximas semanas.

Ora, esta alteração do Plano Diretor de Porto Alegre, que é um dos compromissos do Governo do PDT com os poderosos, que é um compromisso já assumido durante a campanha do PDT com aqueles que detêm o capital, com aqueles que detêm os terrenos em Porto Alegre, com aqueles que trabalham com a especulação imobiliária, este compromisso do PDT com esses setores fica cada vez mais explicitado no açodamento com que se pretende que esta Casa examine este Plano Diretor numa Sessão, ou em Sessões Extraordinárias a toque de caixa. Quero denunciar aqui, da tribuna, porque não é possível uma última instância para correção de tudo que vai modificar a vida desta Cidade e que, diga-se de passagem, está sendo feita “na corrida” lá no Conselho do Plano Diretor, que tem se reunido todas as tardes e que não tem tido capacidade para, no correr das discussões, absorver a quantidade de modificações que estão sendo colocadas; não tem possibilidade de digerir estas modificações, não tem, pela velocidade com que elas estão sendo estudadas e aprovadas, de, realmente, poder-se debruçar em cima do que irá e por que e para que servem estas mudanças. Não é possível que a última instância, que é a Câmara de Vereadores, seja colocada brevemente contra a parede, para numa semana homologar estas alterações. É preciso um tempo para sedimentar, e não existe maior tempo do que este recesso parlamentar para colocar as assessorias a verificar realmente o que existe em todas estas alterações. Não estou levantando suspeitas em torno disto, embora eu tenha verificando muita coisa que precisa ser meditada. O que quero dizer é que não se pode desprestigiar uma Casa, e este é o alerta que faço aos Srs. Vereadores, de a matéria ser colocada, como todos os anos acontece, ao final do período legislativo. O Executivo joga os processos e projetos de maior grau de polêmica, joga os Vereadores contra a parede, e os Vereadores ficam, aqui, na dependência de terem que aprovar até a meia-noite, na dependência de fazer parar o relógio, na dependência de ficarem-se desgastando perante a opinião pública com assuntos que interessam à opinião pública.

 

O Sr. Aranha Filho: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Vereador, eu escuto V. Ex.ª, mas acho que existe um erro de enfoque, pelo menos na sua fala até o presente momento, dado que este assunto não está pegando a Câmara, ou melhor, a Bancada do PFL desprevenida. Nós vimos, de há muito, estudando os problemas, as alterações do Plano Diretor, mesmo porque nós temos na nossa Bancada uma Assessoria - na Bancada de V. Ex.ª talvez tenha, não sei se é o caso. Mas este Projeto, em particular, não está pegando a Câmara desprevenida, absolutamente. Eu acredito que V. Ex.ª, que reassumiu ontem, não tenha se informado dentro do seio da sua Bancada sobre os trâmites que estão ocorrendo. Veja V. Ex.ª que, dentro do Conselho do Plano Diretor, existem representantes da nossa classe profissional e é muito fácil encontrar com eles ou saber da Sociedade de Engenharia o que está acontecendo. Nós, o PFL, temos esta Assessoria.

 

O SR. FLÁVIO COULON: Eu gostaria de me congratular com as Assessorias, uma vez que na próxima quarta-feira o Prefeito irá receber, e a Assessoria de V. Ex.ª já sabe tudo que aconteceu. Eu me congratulo e cumprimento V. Ex.ª. Outra coisa que gostaria de dizer a V. Ex.ª é que parte do meu pronunciamento se prende, justamente, ao fato de colegas nossos, de entidades de classe que estão representadas lá, no Conselho do Plano, estarem altamente preocupadas com a velocidade com que as coisas estão acontecendo lá, que não dá tempo de elas serem absorvidas.

 

O Sr. Clóvis Brum: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Quero-me congratular na totalidade com o pronunciamento de V. Ex.ª. Aliás, o Prefeito Collares tem sido muito habilidoso em enviar à Casa projetos de grande importância para a Cidade no fechar do período legislativo ou em Sessões Extraordinárias. Eu desafiaria, inclusive, aqui e agora, o próprio ex-Secretário do Planejamento, notável Ver. Brochado da Rocha, para que informasse à Casa se está a par de todas as alterações aprovadas, há dois dias atrás, pelo Conselho do Plano Diretor, cujo Projeto será enviado a esta Casa, para que o estude em dois ou três dias e aprove a matéria, enquanto que o próprio Vereador-Secretário Brochado da Rocha esteve lá, há quase um ano, à testa da Secretaria, e não conseguiu encaminhar para esta Casa o Projeto de alteração do Plano Diretor pela problemática que gerou esta alteração. Então, não pode a Casa, por mais eficiente que sejam as suas Assessorias, estudar, em três dias, um Plano Diretor com as alterações que se está estudando há um ano no Executivo.

 

O SR. FLÁVIO COULON: Eu gostaria de fazer justiça ao Ver. Brochado da Rocha, porque, enquanto ele esteve na Secretaria do Planejamento, este assunto estava sendo intensamente debatido e tenho certeza de que ele foi acusado inclusive de estar protelando esta discussão, levando-a muito adiante para se chegar ao melhor para a Cidade. Qual não é a minha surpresa quando, demissionário o Ver. Brochado da Rocha, assumindo o novo Secretário, as coisas passaram a ocorrer num ritmo de Brasil Grande e, em três meses, de repente, é mobilizada toda a sociedade, o Conselho do Plano todas as tardes e sai um projeto que, segundo me consta e segundo todas as informações que tenho, está agradando enormemente a classe empresarial e os donos dos terrenos em Porto Alegre.

Gostaria ainda de fazer uma breve referência a um outro assunto. Tem sido uma constante nos jornais, nos últimos dias, alguns cronistas, senão mal-intencionados, mal-informados, que estão atribuindo ao Centro de Professores do Estado do Rio Grande do Sul a intenção de boicotar uma sindicância que a SMEC está realizando com relação a licenças médicas para professores municipais. Embora eu não tenha procuração do CPERS, eu gostaria de deixar claro que quem conhece a tradição de luta do CPERS sabe que ele nunca tentou boicotar essa comissão. O que deve ter acontecido - e os cronistas não fazem questão de ignorar isso - é que o CPERS foi, nesse caso, até onde ele tinha que ir, ou seja, constatou a irregularidade. Agora, não compete ao CPERS participar de uma comissão que terá que levar o assunto adiante e punir os seus professores; não é o problema de uma comissão; o problema é administrativo.

 

O Sr. Marcinho Medeiros: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Com relação à licença dos professores, existe certamente exagero por parte da imprensa; não são tantas assim as licenças. Trabalho em dois colégios do Município e as licenças são mínimas, ainda mais agora, ao final do ano, pois a nossa função se torna ainda mais importante, especialmente em colégios de vilas, onde as crianças têm fome. Somos, além de professores, pais e conselheiros, assistentes sociais e muitas vezes até tiramos dinheiro dos nossos bolsos. Acho que há um exagero da própria Secretária da Educação com relação às licenças; é um problema que ela deve resolver sem jogar a opinião pública contra o professorado municipal, por sinal, uma classe bastante sacrificada. As professoras de currículo por atividade, por exemplo, elas ganham uma carga horária de vinte horas e trabalham as vinte horas dentro das salas de aula. O trabalho fora da sala de aula que o professor tem que realizar não é remunerado.

 

O SR. FLÁVIO COULON: O seu aparte honra muito o meu pronunciamento e justamente resgata aquilo que precisa ser dito. O corpo de professores municipais e estaduais são pessoas do mais elevado gabarito.

Agora, se realmente estas licenças médicas atingem esse montante, que o Prefeito, a Prefeitura, a SMEC sejam transparentes e coloquem isso objetivamente.

 

O Sr. Marcinho Medeiros: A responsabilidade é da própria Biometria. Se o médico dá licença para o doente, a responsabilidade é do médico e não do doente.

 

O SR. FLÁVIO COULON: Exatamente. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE: Próximo orador inscrito em Comunicações, Ver. Brochado da Rocha.

 

O SR. BROCHADO DA ROCHA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, habilmente o Ver. Clóvis Brum chamou-me ao debate, mas não vou perder a cronologia, e com propriedade, aliás, que a Sessão de hoje se impõe pelo seu descortínio. Primeiro, passa pela tribuna um vigoroso pronunciamento. O Ver. Clóvis Brum, a sua eloqüência de sempre, mostra a verdadeira loucura que domina a saúde pública promovida pelo Ministro e seus comparsas na área da Previdência. Houve um aparte ao ilustre Vereador de que não se poderia colocar política em saúde pública. Só quero dizer o seguinte: acho que o Vereador andou bem quando disse isso, mas quem começou a colocar política em saúde pública foi um dos seus concorrentes, que estava instalado como Diretor num hospital do Grupo Conceição; tinha uma dessas mordomias aí. Depois passou a ser concorrente, brigou com o PFL, fizeram um escândalo da saúde pública em nome dos partidos. Foi manchete municipal, manchete estadual e manchete federal e, mais uma vez, o Rio Grande do Sul apareceu no cenário nacional e foi marginalizado pela volúpia partidária em cima da saúde pública. Nesse debate, posso chamar o Ver. Clóvis Brum para nos debruçarmos, pois foi uma novela, e, eu diria, que nem “Direito de Nascer”, pois nos últimos dias a Casa tem homenageado pessoas que evocam aquela época, a década de 50. Foi imensa a novela e uma coisa horrorosa em cima da saúde pública. Também não pode o Ver. Clóvis Brum, a não ser que V. Ex.ª, um democrata, modifique-me, dizer que eu não possa julgar os homens pelo seu currículo e pela sua história. Afinal, quem é o Ministro dessa Previdência? Era o comparsa, mas íntimo das atividades do Dr. Carlos Lacerda, quando Governador da Guanabara. E que o digam os mendigos. E eu não sei!... Vou-me socorrer com o Ver. Lauro Hagemann, que me traz a notícia: qual o lugar onde atiravam os mendigos, um rio? Isso, é o rio Guandu. Esse é o “Ministro Guandu”. E eu não posso deixar, Ver. Clóvis Brum, de perder o descortínio histórico, porque eu não participaria de governo deste tipo, que andasse caçando mendigos, ou denunciaria esse governo.

 

O Sr. Clóvis Brum: V. Ex.ª permite um aparte?...

 

O SR. BROCHADO DA ROCHA: Eu apenas gostaria de completar um outro detalhe que gostaria a que o ilustre Vereador atentasse. O problema da Previdência é muito sério. Louvo V. Ex.ª. Não deveria mandar um telex; deveria, em nome da Câmara, invadir o negócio, e tem carta branca para fazer isso em nome da Câmara, e aí, assessorado pelo Ver. Aranha, resolveriam qualquer assunto. Mas invadir aquele gabinete em nome da população de Porto Alegre acho que isso seria melhor. Mas, antes de dar o aparte ao ilustre Vereador, não posso deixar de lhe mostrar o que espelhei. Acho que isso é importante, e deve fazer ainda mais e também mandar um telex sobre aquilo que o Vereador que me antecedeu na tribuna falou. Afinal, o Dr. Funaro vai desabastecer tudo? Até onde as cidades vão agüentar essa loucura mística e fantástica do Dr. Funaro? Não tenho nada a ver com a briga entre o Dr. Funaro e aquela figura hedionda do Dr. Roberto Campos. Até acho o Dr. Funaro bom caráter; o outro é mau-caráter. Mas diria ao Vereador que tem que mandar um telegrama também para esse Dr. Funaro; afinal, tem que deixar de cuidar só da TROL. Também tem que mandar um telex ao Dr. Dante de Oliveira, que, de Diretas-Já, transformou a Reforma Agrária em “diretas depois”. Vereador, V. Ex.ª vem das fronteiras. V. Ex.ª veja que este Ministro que vem aí - ele fala de um jeito gozado - ele desestabilizou a agricultura. É um vândalo – ele, junto com o Funaro; importaram tudo em agricultura. V. Ex.ª é da fronteira, tem uma tradição enorme de preservar a potencialidade do Rio Grande que foi transformada no fundo do quintal do Brasil. Mas V. Ex.ª também tem que concordar que este tal de Ministro de Comunicação Social, e até o assessor da Presidência da República diz que vai mal. Afinal aquele Ministro de Educação de Santa Catarina, Dr. Jorge Bornhausen, é um nome que não é brasileiro. O troço é complicado, e é um troço, um negócio lá. Este tem uma história braba que está deseducando o povo brasileiro, porque não tem nada. Tem dinheiro bastante, mas para não fazer nada. Eu não estou vendo nada em educação; pelo contrário, estou vendo uma desativação geral. Pelo menos o Dr. Jair e demais governadores estão atirados às traças em educação. O Ver. Clóvis Brum vai ter que se comunicar com esse Ministro de Minas e Energia, que não é do partido dele. Afinal não fazem nada com as nossas minas, a não ser entregá-las para as multinacionais. Quanto à energia, estão-nos ameaçando a toda hora que vai acabar, como se fossem parar o Brasil.

 

A SRA. PRESIDENTE: V. Ex.ª tem 10 minutos.

 

O SR. BROCHADO DA ROCHA: Agradeço. Mas teria que dizer que nem vou comentar o Ministério de Comunicações. Afinal é o “Antoninho Malvadeza”, e não preciso dizer nada. Na Bahia têm pessoas que são do fã clube do “Toninho” e dizem que é o “Pureza”. O pessoal queria acabar com o “Antoninho Malvadeza”. Um cidadão disse o seguinte: “eu até gosto do Antoninho; ele roubou bastante, mas, agora, o PFL tem que dar a vez para outro.”

E este Ministro da Administração? Quem é este cidadão? Existe reforma administrativa? Afinal, é o que mais pede este País. Existem pessoas, e eu até quero fazer justiça ao PFL; eu considero muito o Dr. Maciel. Ele estava muito bem na Educação. Tiraram da Educação e agora está na Casa Civil sob suspeição. É desagradável isto. Então, eu quero dizer que não poderia me desviar desse comentário em cima do Ver. Clóvis Brum, que veio falar aqui num assunto grave, que é a Previdência. Mas, pelo amor de Deus, já me antecedi na tribuna, falando sobre abastecimento, e o País está virando um caos. Hoje há um comentário inteligente que diz que no capitalismo se faz inflação, preços caros; e no socialismo a mercadoria sai do balcão. Estou transcrevendo algo que não é nada pessoal; é do Dr. Sérgio da Costa Franco, e diz que é assim, que no capitalismo se aumentam os preços, se inflaciona, e no socialismo se tira da prateleira, conforme ele diz. E o Brasil conseguiu uma coisa fenomenal: inflacionou e tirou da prateleira; fez uma simbiose, fez uma junção entre o socialismo e o capitalismo, que se transformou em anarquia. E é anárquica, hoje, a condição do País, Ver. Clóvis Brum. V. Ex.ª deve estar sentindo, pois é um homem lúcido.

 

O Sr. Clóvis Brum: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Muitos dos Vereadores sabem, Ver. Brochado da Rocha, a classe política sabe, o Rio Grande sabe, que V. Ex.ª, desde muito jovem, lançou-se às árduas tarefas da vida pública, tanto que chegou a ser um dos integrantes da Casa Civil do Governador Leonel Brizola. O Dr. Brizola foi um dos primeiros homens a combater o Plano Cruzado e V. Ex.ª não estaria fora desta linha de conduta.

 

O SR. BROCHADO DA ROCHA: Na primeira etapa do Plano Cruzado, eu o aplaudi.

 

O Sr. Clóvis Brum: Um outro assunto, que seria da área do PFL, é um debate que o Dr. Brizola provocou ao Ministro Antonio Carlos Magalhães e este o aceitou, impondo duas condições: a primeira, de que o programa não fosse patrocinado pelo BANERJ (eu não entendi esta colocação do Ministro). E a segunda, de que o Dr. Brizola não trouxesse seu principal assessor, o famoso “Escadinha”. (Também não entendi esta colocação.) Nobre Vereador, quero-lhe dizer que não é fácil administrar um País como o nosso, de dimensões continentais, com uma inflação que liquida com qualquer salário, a todos os minutos. Não era todos os dias, porque a cada minuto as mercadorias nos supermercados eram remarcadas. Foi uma luta grande, corajosa, do Ministro Funaro e da Nova República. Houve falhas? Claro que sim. Muitas até, eu diria. Mas houve também muitos acertos e a tentativa é sempre acertar. Toda crítica que V. Ex.ª lança nós temos que receber como uma contribuição de um homem experiente como V. Ex.ª. Portanto, pode ter certeza de que as coisas erradas que estão a ocorrer não são porque a Nova República quer, mas porque as coisas são difíceis e nós haveremos de corrigi-las. O Governo voltou atrás, por exemplo, com referência a negociação direta entre inquilino e proprietário. Mas V. Ex.ª pode ter certeza de que a Nova República vai lutar para acertar e que nós recebemos as críticas com tranqüilidade, pois ela ajuda a construir o aperfeiçoamento do Governo. Entretanto, queremos lembrar que gostaríamos de ouvir de V. Ex.ª, demissionário que foi da Secretaria do Planejamento, o que é que vai bem no Município de Porto Alegre?

 

O SR. BROCHADO DA ROCHA: Evidentemente que V. Ex.ª não vai exigir que eu diga o que vai bem em Porto Alegre em três minutos, mesmo porque V. Ex.ª está-me chamando para um outro debate - proposto pelo Ver. Coulon - e V. Ex.ª me chamou para prestar contas. Acrescento que louvo a intervenção de V. Ex.ª, que se inicia muito bem como Líder de um governo. Quero dizer que, no mínimo, o meu papel deve ser o de fazer com que este Brasil não seja mexicanizado. Respondendo, quero dizer o seguinte: não me encontro sob suspeição.

 

O Sr. Clóvis Brum: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Seu trabalho na Secretaria do Planejamento não só levou como leva toda minha solidariedade, apoio e reconhecimento.

 

O SR. BROCHADO DA ROCHA: O Ver. Flávio Coulon me chamou ao debate hoje e V. Ex.ª até me referiu como testemunha; isso seria o que V. Ex.ª chamaria de testemunha referida. Esse assunto que anda passando lá, no Planejamento, quero dizer que a Lei do Fundo, se não foi modificada, deve vir à Câmara de Vereadores já. As outras questões são rigorosamente polêmicas e, aí, caio em mim que para resolver a questão deve ser na Câmara de Vereadores. O Ver. Coulon tem razão quando diz que esses assuntos devem ser refletidos, outros não. Acho que não temos nenhum compromisso de sermos convocados e dizermos “sim” ou “não”. Há coisas para as quais poderemos dizer “sim”. Por exemplo, ao Fundo. Se não foi feita uma besteira em cima dele, eu vou dizer “sim”, porque acho uma coisa dissocial muito grande. Algumas coisas das leis necessárias a Porto Alegre, por exemplo, o negócio das indústrias: vou votar tranqüilamente. É um assunto venerado em Porto Alegre. Vem desde 70 e é mal conduzido, de maneira que...

 

O Sr. Aranha Filho: Ele acha que o Fundo em si é um pouco polêmico.

 

O SR. BROCHADO DA ROCHA: Aí, sim, eu concordo com o Vereador. Poderemos dizer “sim” ou “não”, o que não vem em prejuízo com o aparte do Ver. Aranha Filho, que deve ter estudo de coisas positivas e negativas. Acho que é um assunto que nós poderemos encaminhar, e quero também dizer que os Srs. Vereadores receberam um farto material para acompanhar o assunto, pelo menos enquanto fui Secretário de Planejamento. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE: Com a palavra, o Ver. Raul Casa por cessão de tempo da Ver.ª Bernadete Vidal.

 

O SR. RAUL CASA: Sr.ª Presidente e Srs. Vereadores. Como se vê, há assuntos extremamente sensíveis, polêmicos, como foi o assunto trazido pelo ilustre e atento Ver. Flávio Coulon, que sofreu uma leve abordagem deste homem conhecido como profundo estudioso do Plano Diretor da Cidade, que é o ex-Secretário de Planejamento do Município, nosso colega Brochado da Rocha, assuntos que irão trazer para esta Casa uma discussão que seguramente marcará a história da Cidade. Há Vereadores que se notabilizam por uma determinada luta. Todo mundo sabe que o Ver. Frederico Barbosa, por exemplo, é um velho batalhador de ciclovias. Quem não sabe que o Ver. Clóvis Brum é um ardoroso defensor não apenas de Porto Alegre, mas sobressaindo-se, de uma maneira extraordinária, da Vila Bom Jesus? Quem não sabe que o Ver. Aranha Filho é um velho batalhador da iniciativa privada, da luta não apenas da enfatização da Economia, mas da defesa, da segurança, da higiene do trabalhador brasileiro?

Bem, tenho procurado flagar nesta Casa uma atuação que, entre outras coisas, visa dotar nossa Cidade de um indispensável Ginásio Municipal Polivalente, que objetiva dar ao esporte amador, a entidades artísticas e culturais amadoras um local adequado para que possam, ali, exercitar suas atividades. É inadmissível que as cidades mais insignificantes do Rio Grande do Sul possuam seus ginásios de esportes, seus locais de cultura e para prática de artes, e Porto Alegre não possua. Pois bem, o “Jornal do Comércio” de hoje estampa entrevista com o ilustre e prezado amigo Cleomar Pereira Lima, segundo o qual o Subsecretário de Desportos do Estado celebrou convênio com a Secretaria de Desenvolvimento de Obras do Estado no sentido de construir, naquele pavilhão que desabou às vésperas da apuração do pleito, um ginásio naquele local. De nossa parte, ficamos satisfeitos porque verificamos que, afinal de contas, a nossa luta não foi em vão. Evidentemente constatamos que essa divulgação não teve o prestígio, não teve, por parte do Governo do Estado, o reconhecimento que, acho, um político que a ele está vinculado deveria merecer. Sabe S. Ex.ª o Governador Jair Soares, com quem mantive algumas audiências, a quem pedi inclusive documentalmente a concretização desta idéia, que nós estamos a ela vinculados. Contudo, talvez, este Vereador não mereça de parte de S. Ex.ª a consideração que esperava ter porque não desfruta, talvez, de conceito e prestígio para merecer um convite para comparecer em ato tão importante e que nós faríamos questão de prestigiar. Em todo o caso, o importante é que a Cidade estará dotada, segundo consta da entrevista do ilustre amigo Cleomar Pereira Lima, já em março de 1987, desse equipamento, no local que nós sugerimos e nas condições que nós pedimos. Certamente a Cidade, que está com enorme dificuldades financeiras, estará agradecida ao Sr. Governador do Estado, que, sensível à aspiração comunitária, vem determinar e aprovar que a SDO enfrente esse problema, o que dará um novo impulso às atividades amadorísticas, esportivas, às entidades culturais e artísticas, eis que nas atuais condições o Município precisa socorrer-se do Estado. Mais do que o Município, estas entidades, os pequenos clubes de futebol de salão, os pequenos clubes de outros tipos de esportes, terão um apoio indispensável para o desenvolvimento de suas atividades. Fica aqui, pois, o nosso registro, mas fica, sobretudo, a nossa mágoa, porque sentimos que o prestígio que imaginávamos merecer de companheiros, de correligionários, não foi o suficiente para reconhecer uma luta que é uma velha aspiração nossa e faz com que mandemos a mensagem aos dirigentes partidários para que eles possam meditar muitas vezes: o porquê de eles terem insucesso nas urnas e por que eles têm a falta de entusiasmo nas disputas eleitorais. É porque não há reciprocidade de tratamento. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE: Sobre a mesa, Requerimento deferido pela Presidência, assinado pelo Ver. Cleom Guatimozim, solicitando seja o Proc. 1911/86, Projeto de Lei do Executivo n.º 34/85, que autoriza permuta de imóveis com José Elias Flores e Cícero dos Santos Abreu, incluído na Ordem do Dia, por força do art. 44 da Lei Orgânica Municipal.

Em Comunicação de Líder, pelo PFL, está com a palavra o Ver. Aranha Filho. V. Ex.ª tem cinco minutos, sem apartes.

 

O SR. ARANHA FILHO: Sra. Presidente e Srs. Vereadores, no tempo de Liderança devo abordar um assunto, mas antes, porém, aproveitando esta oportunidade, eu diria - e complementando o aparte que fiz ao Ver. Flávio Coulon - a V. Ex.ª que realmente o conjunto de alterações que deva haver para a Câmara Municipal é lógico, e não o conheço de todo, conheço-o por partes, e que a redação final está sendo elaborada. De maneira alguma eu quero ser dono da verdade; este e outros processos realmente vêm de afogadilho no final de gestões, e essa prática é muito comum, não só pelo Prefeito atual, mas também pelos Prefeitos anteriores. Realmente deve existir, e aqui usaram um termo estrangeirado, deve haver um “trailer” para um estudo mais adequado por parte desta Casa. Mas, Sra. Presidente e Srs. Vereadores, tenho em mãos o Boletim de Pessoal expedido pela Secretaria de Administração do Município, do dia de hoje, 4 de dezembro de 1986, quinta-feira. Me chama a atenção no mesmo um dístico, num cartaz, que pede a todo o funcionalismo público, que recebe estes boletins, que economize energia. E este cartaz mostra uma lâmpada acesa e diz “se você não economizar, vai ficar no escuro”. E, logo depois, um copo d’água, onde diz “e sem água”. Na capa de trás há a transcrição do resultado, ou da informação que o Secretário Gabriel Fadel envia ao Prefeito Municipal, que diz: “O Prefeito Alceu Collares recebeu do Secretário Municipal da Administração, Gabriel Fadel, um Parecer contrário à instituição do turno único na Prefeitura. Em coletiva à Imprensa, o Chefe do Executivo Municipal afirmou que os serviços do Município caracterizam-se pela demanda contínua, problemas de transporte, abastecimento, Pronto Socorro, escolas, lixo, água, esgoto, manutenção de ruas, iluminação pública, entre outros, e dependem de horário que impedem uma jornada só, pela manhã ou pela tarde.” Ora, no mínimo deve ser brincadeira o que os administradores do Município colocam neste Boletim de Pessoal. Para quem não sabe é nossa idéia propor, através de Pedido de Providências, que o Executivo Municipal também adotasse o turno único a exemplo do Governo do Estado, justamente na tentativa de economizar energia; quem não sabe que os serviços do Estado, também esses nominados pelo Sr. Prefeito, também são imprescindíveis? Acho que o que nós pedimos era justamente que os serviços burocráticos da Prefeitura Municipal atendessem esse decreto municipal no sentido de economizar energia, e vem o Sr. Prefeito, inclusive em coletiva à Imprensa, dizendo que os serviços da municipalidade não podem parar, que são imprescindíveis. Nós, ao analisarmos o próprio Boletim de Pessoal expedido pela Secretaria da Administração, entendemos ser, no mínimo, brincadeira, falta de informação, descaso, entre outras coisas, o que nos traz hoje este mesmo Boletim. É incrível o que se vê, na área, de desmandos por falta de informação. É mais uma questão que levantamos a respeito da Administração Municipal no presente ano. É simplesmente de deixar-nos estarrecidos com os mandos e desmandos da Administração atual. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE: Liderança com o PDS. Com a palavra, o Ver. Hermes Dutra.

 

O SR. HERMES DUTRA: Sr.ª Presidente e Srs. Vereadores, eu gostaria de manifestar a minha perplexidade em relação ao problema dos juros. Não há adjetivação possível para explicar o que está acontecendo com os juros bancários. Saibam V.Exas. que ontem, à tarde, fui pedir para ser faturada uma conta de dois mil cruzados em trinta dias, e sabem quanto queriam cobrar-me de juros? Queriam, porque não paguei - acho que gostaram da minha cara -, mas queriam cobrar-me 9% ao mês. Não consigo encontrar em linguagem civilizada adjetivação para explicar um caso desses. Ou nós vivemos no reino da fantasia ou realmente estão metendo a mão no nosso bolso da forma mais escorchante possível.

Pois vejam V.Ex.as: anuncia o Governo que a inflação deste mês que findou foi altíssima, beirou os 3%, ainda um número extra-oficial. Pode ser que o Dr. Funaro, que é um especialista em ajeitar índices - aliás, dizem que o Dr. Delfim Neto está com inveja dele, pois não conseguia mascarar tão bem os índices como ele mascara -, dê um jeito, mas, se ele não reduzir o índice, nós vamos ficar com 3% no mês. Ora, se os bancos estão cobrando 9% ao mês, eu peço que V.Ex.as raciocinem comigo: para onde estão indo esses outros 6%? Hoje pela manhã assisti uma entrevista telefônica de um cidadão chamado Eduardo Modiano, que eu não conheço, e até dizem ser um dos pais do cruzado. E o jornalista conhecido na cidade fez a seguinte pergunta: por que os bancos não perdem nunca? E ele deu uma explicação angelical. Ele disse que a alta taxa de juros é para refrear o consumo. Ora, mas o Ministro da Fazenda deu-nos esta paulada, há 10 dias atrás, exatamente com esta mesma alegação. Eu acho que, se continuar assim, antes do final do ano vão-nos proibir de consumir. Seremos proibidos de comprar, com exceção da ração diária. Agora - lembro de uma expressão que usava o nosso candidato a Governador - viramos animais, quando o custo da ração não sobe, está tudo ótimo. Os jornais dizem que a ração do trabalhador não subiu, o cesto básico, como se fôssemos fazer uma refeição num cesto onde colocássemos mandioca, banana, abóbora, melancia e outras coisas. Ora, realmente, por mais boa vontade que se tenha com o Governo Federal, não é possível estender mais crédito de confiança em relação ao problema de juros. E com um detalhe ainda: onde ficam os bancos estatais? Porque, se formos fazer um empréstimo no Banco do Rio Grande, no BANERJ, no Banco de São Paulo, no BANESPA, os juros serão praticamente os mesmos. Ora, se os grandes conglomerados estão ganhando, é óbvio que esses bancos também estão ganhando. E onde estão indo os lucros desses bancos? São questões que, tenho para mim, a sociedade brasileira não pode mais assistir calada. Não é mais possível deixar que essas coisas aconteçam sem que, pelo menos, se proteste. Eu sei, eu entendo: a aura da Nova República engambelou o povo brasileiro e às vezes até querem tirar a autoridade moral para se criticar o Plano Cruzado. Mas não se trata disso; trata-se até de uma questão de coerência. Vejam V.Exas. que, se nós, efetivamente, ficarmos quietos, estaremos passando recibo ou, indo mais longe, dando um atestado de burrice, como se essas coisas estivessem acontecendo e a população brasileira, anestesiada, que não vê, nos obrigaria também a fecharmos os olhos. De minha parte, não! Nós tivemos a coligação, na última eleição, e o resultado, nas urnas, foi reflexo, até certo ponto, da posição política tomada durante o período eleitoral, de uma contrariedade expressa em relação ao Plano Cruzado. O povo, cuja decisão respeito, entendeu que essa não era a melhor mensagem. Mas eu pergunto a V.Ex.as: esse veredicto popular, expresso na urna, será que, por mais respeito que tenhamos a ele, somos obrigados a continuar calados e não denunciar esses fatos? Onde vamos parar? E vem aí, agora, Sra. Presidente, a famosa “teoria do bode”. O Governo, para encobrir estas questões que estão a prejudicar a população brasileira, vai encetar uma campanha nacional a favor do Governo em função da dívida externa que deve ser feita e que o Governo deve negociar porque, há mais de três anos, tenho dito e repito desta tribuna, que a negociação da dívida externa brasileira é uma questão política e não econômica. Mas vejam bem! Agora, o Presidente vai, hoje à noite, falar à Nação. Vai pedir apoio ao povo para que bem possa negociar a dívida externa, vai dizer que, se houver protesto, se houver greves, ele se sentirá desprestigiado e, por via de conseqüência, a posição brasileira perante o FMI. Vai dizer que o povo brasileiro lhe deve dar mais apoio, deve confiar e aceitar, passivamente, as pauladas que virão no futuro em troca da renegociação da dívida externa. Para concluir, veja V. Ex.ª, Sra. Presidente, como é que ficaremos para os próximos quatro meses: desabastecimento, juros altíssimos, novo pacote sendo preparado e nos sendo solicitado que, patrioticamente, demos a mão ao Presidente da República para que bem possa renegociar a dívida externa. Não sei se devo exercitar de novo o meu patriotismo, como fiz em março deste ano, quando corajosamente vim a público e apoiei o Plano Cruzado, embora não fosse do meu partido. Não sei se vou fazer isto de novo. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE: Liderança com o PDT, Ver. Pedro Ruas.

 

O SR. PEDRO RUAS: Sra. Presidente e Srs. Vereadores, o assunto que nos traz à tribuna é a determinação, já oficial, do Governo Federal de fechamento da Companhia Rio-Grandense de Nitrogenados e que determina, por si só, que 800 pessoas, de forma indireta, e 300, de forma direita, fiquem desempregadas, e, acima de tudo, determina a falta de utilização de uma tecnologia genuinamente nacional, desenvolvida pela CRN ao longo de seus 10 anos de existência e que não tem forma nenhuma de substituição, não tendo similar em nosso Estado. Teria apenas em São Paulo e Rio de Janeiro, oe que nos deixa, Ver. Lauro Hagemann, muito apreensivos. O recente decreto que fechou três Autarquias em todo o Brasil havia anunciado o fechamento de 15 Autarquias. Nós tivemos a oportunidade de observar atentamente que apenas três foram fechadas, e, por coincidência, as únicas três que não tinham generais na composição de sua diretoria. É um detalhe relevante na medida em que a criação da Companhia Rio-Grandense de Nitrogenados aqui no Estado custou aos cofres públicos a quantia de vinte e dois milhões de dólares em 1976, dez anos atrás. A discussão sobre a viabilidade ou não da CRN teria que ser dada, necessariamente, há dez anos atrás. De lá para cá, não se defende a criação, mas a permanência da Companhia. A CRN prestou serviços à comunidade. E tinha, hoje, desenvolvido, com tecnologia nacional, projetos importantes, inclusive de aproveitamento, agora, nesse momento, do gás natural que está sendo importado da Argentina através de um convênio recentemente firmado pelo Presidente Sarney, quando em visita àquele país. O gás natural, que o Brasil passa a importar da Argentina, passa pelo Uruguai e entra no nosso País pelo Rio Grande do Sul. E a CRN teria condições, como já havia anunciado, de fazer o aproveitamento desse gás natural a nível doméstico e industrial, aqui no nosso Estado, através dos gasodutos, o que diminuiria o custo do aproveitamento do gás e propiciaria um avanço enorme, na medida em que, em países como nos Estados Unidos e outros países da Europa, o gás natural passa a ser a grande opção de utilização, inclusive em escala industrial, pelo seu custo, pela sua baixa poluição e pelo seu menor índice de risco. O fechamento da Companhia Rio-Grandense de Nitrogenados, no nosso entendimento, não tem nenhum benefício, uma vez que o custo da sua implantação não pode ser recuperado, e uma vez que o custo da sua manutenção é baixíssimo aos cofres públicos hoje em dia. Os benefícios que a mesma poderia trazer a todos nós, e em especial a nós, gaúchos, pela possibilidade de implantação agora de rede de gasodutos, são enormes. Fica aqui, Srs. Vereadores, o registro de uma - eu já nem diria profunda injustiça - grande demonstração de incompetência na gerência das coisas públicas, na medida em que a CRN em funcionamento teria sempre a possibilidade de prestação de serviços sem similar em nosso Estado. E o que já se ouve, e agora sim, já se ouve com muito susto de nossa parte, é que o Governo pretende, até o mês de julho de 87, criar outra empresa assemelhada, para fazer o mesmo serviço de uma empresa que não precisaria ser criada, já existia e não despenderia custo algum em sua criação. A nós, Bancada do PDT, resta a pergunta: a quem interessa, fundamentalmente, o fechamento da CRN? Certamente não é a nós, gaúchos. E a quem interessa a criação de uma outra companhia, com custo elevadíssimo, que certamente também não interessa ao povo do Rio Grande? Obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE: Com a palavra, o Ver. Clóvis Brum.

 

O SR. CLÓVIS BRUM: Sra. Presidente, Srs. Vereadores e Líderes Partidários aqui presentes, nesta Comunicação de Liderança nós queremos fazer um apelo muito especial ao Prefeito Alceu Collares, que tem a competência legal para encaminhar o assunto. Ocorre, Srs. Vereadores, que Ruy Jader de Carvalho, que não foi do PMDB, mas membro ativista do PDT, este homem de extraordinárias qualidades, com mais de 12 anos de serviços prestados em Cargos em Comissão, veio a morrer de maneira trágica, em um acidente, rigorosamente no cumprimento do dever. Morreu em meio à campanha do seu partido, acompanhando o seu Vereador, também falecido na ocasião. Mas foram 12 anos de vida dedicados a esta Casa; 12 anos de trabalho permanente, de serviço permanente à Casa. Retiraram Ruy Jader de Carvalho de todas as atividades que ele poderia ter exercido; ficou com dedicação exclusiva, vivendo 12 longos anos só em favor dos trabalhos desta Casa. Ao morrer, deixa a esposa e dois filhos sem qualquer benefício social, sem qualquer benefício a nível de pensão ou outro benefício. Acho que a Casa aprovaria, e falo em nome do PMDB. O PMDB apóia e votará favorável caso o Prefeito... Me acena o Vereador Líder do PDS que também será favorável, caso o Prefeito envie a esta Casa uma mensagem instituindo uma pensão vitalícia para a esposa do companheiro Ruy. Acho que isso seria uma iniciativa de justiça do Chefe do Executivo, de reconhecimento, gratidão e justiça desta Casa para com essa família que teve seu chefe desaparecido, com doze longos anos dedicados a esta Casa e que ao final morre, desaparece, e a família fica sem quaisquer condições de receber qualquer tipo de remuneração desta Casa, do Executivo ou da própria Previdência Social. Por isso apelo, encarecidamente, ao Sr. Prefeito Alceu Collares no sentido de que S. Ex.ª envie, com a mesma brevidade que está enviando a reforma do Plano Diretor, ou talvez com maior brevidade, uma mensagem instituindo a pensão vitalícia ao companheiro Ruy Jader de Carvalho. Era esta a intervenção em Comunicação de Liderança que o PMDB desejava fazer na certeza de que o Prefeito Alceu Collares poderá, e tem condições legais de, enviar esta homenagem instituindo uma pensão à família de Ruy Jader de Carvalho. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

 


EXPEDIENTE

 

OFÍCIOS:

- 003/86, da Comissão Especial Constituída para examinar o PLCL n.º 13/86 (Proc. 2048/86), comunicando a reabertura dos trabalhos, para fins de aprovação da Redação Final ao referido Projeto, bem como o encerramento dos trabalhos na mesma data.

- 404/86, do Senhor Subchefe da Casa Civil para assuntos Administrativos, agradecendo Voto de Congratulações de autoria do Vereador Frederico Barbosa, tendo em vista seu ingresso na “Ordem do Mérito do Serviço Público.”

- 585/86, do Senhor Vice-Presidente no Exercício da Presidência da Câmara Municipal de Erechim, encaminhando Requerimento n.º 147/86, de autoria do Vereador Argeu Vilgar Marques Garcia, que encaminha mensagem de apoiamento ao Projeto de Lei 6655/85, de autoria do Deputado Renato Bernardi, que se encontra tramitando na Câmara Federal.

- 074/86, do Senhor Coordenador-Geral do Programa BIRD IV - Região Metropolitana de Porto Alegre, comunicando que no dia 26 de setembro passado foi iniciada, através de seu órgão, a Pesquisa EDOM, para determinar as necessidades de transporte urbano entre os municípios da Região Metropolitana.

- do Senhor Prefeito Municipal, de n.os:

- 679/86, encaminhando Projeto de Lei do Executivo n. 83/86, que declara de utilidade pública a Sociedade Metodista de Amparo à Infância - SOMAI;

- 680/86, encaminhando Pedido de Autorização para Convênio que entre si, fazem o Município de Porto Alegre e a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de Porto Alegre;

- 681/86, encaminhando Projeto de Lei do Executivo n.º 82/86, que autoriza o Município a alienar imóvel de sua propriedade, com dação em pagamento, a Annita Vanário Mistrello, Plínio Vannário Mistrello e Ismael Vanário Mistrello e dá outras providências;

- 783/86, do Senhor Chefe da Casa Civil do Governo do Estado, com relação ao Ofício/CMPA n.º 250/86, que encaminhou as Indicações de n.os 81 e 82 de 1986, de autoria do Ver. Ennio Terra.

- 792/86, do Senhor Chefe da Casa Civil do Governo do Estado, com relação ao Ofício/CMPA n.º 3.068/85, que encaminhou a Indicação n.º 156/85, de autoria do Vereador Raul Casa.

- 6827/86, do Senhor Presidente da Câmara Municipal de São José do Rio Preto-SP, encaminhando, incluso, Requerimento n.º 2622/86, de autoria do Vereador Domingos Bruno, daquele Legislativo.

 

CARTAS:

- do Bispo Messias Andrino, da Igreja Metodista, Conselho Geral da 5ª Região - Campinas - SP, congratulando-se com esta Casa pela outorga do título de Cidadão Emérito de autoria do Vereador Clóvis Brum, ao Revmo. Bispo José Pedro Pinheiro.

- do Senhor Presidente do Sindicato dos Bancos no Estado do Rio Grande do Sul, com referência ao Projeto de Lei do Legislativo n.º 61/86, do Vereador Caio Lustosa.

 

 

 


O SR. PRESIDENTE: Nada mais havendo a tratar, declaro encerrados os trabalhos e convoco os Srs. Vereadores para a Sessão Solene a seguir.

Estão levantados os trabalhos.

 

(Levanta-se a Sessão às 15h50min.)

 

Sala das Sessões do Palácio Aloísio Filho, 4 de dezembro de 1986.

 

* * * * *